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Sexualidade e autoestima no câncer: entenda por que o acolhimento é essencial durante o tratamento

  • Foto do escritor: Edvanderson Rodrigues
    Edvanderson Rodrigues
  • 28 de abr.
  • 3 min de leitura
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Especialista destaca a importância do cuidado integral com a mulher em todas as fases do enfrentamento do câncer

 

Com apoio e cuidado, é possível resgatar a autoestima e redescobrir a sexualidade durante o tratamento do câncer (Foto: Shutterstock)


Dra. Maria Cristina Figueroa Magalhães, mais conhecida como Dra. Cris, Médica Oncologista, Especializada no Cuidado da Mulher, Pesquisadora em Câncer de Mama e tumores ginecológicos, Professora Universitária, Palestrante, Chefe de Residência de Oncologia Clínica.


Após o diagnóstico e o tratamento do câncer, muitas mulheres enfrentam um impacto profundo na sexualidade e na autoestima. A médica oncologista clínica Maria Cristina Figueroa Magalhães, vice-presidente do Instituto de Inovação e Ensino em Saúde (INTES), explica que esse processo exige atenção especial dos profissionais de saúde e do entorno afetivo da paciente.

 

Segundo a especialista, os efeitos físicos e emocionais da doença e de seu tratamento frequentemente alteram a forma como a mulher se enxerga e como se relaciona com o próprio corpo. “Queda de cabelo, cicatrizes, perda da mama, mudanças no peso e na pele mexem diretamente com a imagem corporal. Essas transformações podem gerar sensação de estranhamento, vergonha, insegurança e até medo de não ser mais desejada”, afirma Maria Cristina.


 

As dificuldades enfrentadas pelas pacientes, ressalta a médica, não são superficiais. Elas tocam aspectos profundos da identidade feminina e podem comprometer a qualidade de vida se não forem abordadas com sensibilidade e cuidado. “A sexualidade não é um detalhe, ela é parte da saúde integral. Precisa ser acolhida com naturalidade na prática clínica”, defende.

 

Durante o tratamento oncológico, a sexualidade pode ser bastante abalada por uma combinação de fatores físicos, psicológicos e relacionais. Do ponto de vista físico, muitas mulheres enfrentam ressecamento vaginal, dor durante a relação sexual, fadiga intensa, alterações hormonais e infertilidade. No campo psicológico, a queda da autoestima, o medo do julgamento e o distanciamento do próprio corpo são desafios frequentes. Já nas relações afetivas, é comum haver dificuldades de comunicação com o parceiro ou a parceira, medo de parecer frágil ou de ser rejeitada.


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Estratégias para resgatar a autoestima

Entre as abordagens recomendadas pela médica para ajudar no resgate da autoestima após o câncer, estão a psicoterapia individual ou em grupo, oficinas de autocuidado, atividades artísticas e acompanhamento com equipes multidisciplinares. “Cuidar da autoestima é cuidar da saúde emocional — e isso impacta diretamente na recuperação e na qualidade de vida”, destaca.

 

A reconstrução mamária, por exemplo, pode desempenhar um papel importante na recuperação da autoconfiança. Para muitas mulheres, a cirurgia favorece o retorno à vida social e afetiva com mais segurança. No entanto, a decisão deve ser individual. “O mais importante é que a mulher tenha liberdade para escolher o que é melhor para si, com acesso à informação e apoio adequado”, enfatiza a oncologista.

 

O papel dos parceiros no processo de acolhimento

A médica também ressalta o papel fundamental dos parceiros nesse processo. Escuta empática, demonstrações de afeto e admiração, gestos que reforcem que o amor vai além da aparência, respeito ao tempo da mulher e participação — quando desejada — em consultas ou grupos de apoio contribuem para a reconstrução da confiança e da intimidade. “O amor presente, gentil e acolhedor é um remédio poderoso”, diz.

 

Para a especialista, é essencial que a sexualidade após o câncer seja abordada nos consultórios de forma clara e delicada. “Muitas mulheres evitam falar sobre isso — inclusive com seus médicos — por vergonha ou por acharem que não é prioridade. Mas é, sim. Sentir-se bem consigo mesma e desejada faz parte da cura”.

 


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