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7 atitudes dos pais que criam crianças sem limites

  • Foto do escritor: Edvanderson Rodrigues
    Edvanderson Rodrigues
  • 29 de jul.
  • 5 min de leitura

Mesmo com boas intenções, é possível ensinar comportamentos que afastam os pequenos da empatia, da cooperação e do altruísmo. A boa notícia? Sempre dá tempo de ajustar o caminho

Foto: Freepik
Foto: Freepik

 

Todo pai e toda mãe deseja ver o filho crescendo educado, respeitoso e bem-comportado. Mas, mesmo com muito amor e as melhores intenções, algumas atitudes do dia a dia podem contribuir para que as crianças tenham dificuldade em entender e respeitar limites. "Isso compromete o desenvolvimento integral, destacando a necessidade de equilibrar afeto com estrutura para formar indivíduos emocionalmente saudáveis e socialmente competentes", afirma André Sena Machado, psicólogo clínico e mestre e doutor em neurociências pela PUC-RJ.

 

Crianças sem limites podem enfrentar desafios que reverberam para a vida toda. "Um dos principais impactos é a dificuldade em lidar com frustrações. Sem aprender a aceitar o “não” ou enfrentar limites, a criança pode desenvolver comportamentos impulsivos, como birras persistentes ou intolerância a críticas, dificultando sua adaptação a ambientes estruturados, como a escola", afirma o psicólogo.

 

Outra questão é a baixa empatia, que compromete as relações interpessoais. "Sem a prática de considerar os sentimentos alheios, essas crianças podem enfrentar conflitos frequentes com amigos, professores ou familiares, já que não internalizaram a importância de respeitar perspectivas diferentes", diz. A falta de responsabilidade também é uma consequência comum.

 

Além disso, segundo o especialista, a ausência de regulação emocional pode aumentar o risco de problemas como ansiedade, baixa autoestima ou comportamentos desafiadores. "A longo prazo, esses padrões podem se traduzir em desafios na vida adulta, como dificuldades em manter relacionamentos saudáveis, lidar com pressões profissionais ou alcançar objetivos que requerem persistência", destaca.

 

A boa notícia? Nunca é tarde para ajustar o caminho. "Educar é apontar caminhos, educar a emoção. Educar é também dar amor, na justa medida da capacidade de refletir sobre quem ele é no mundo. Para tal, é necessário dar limites", Andréa Vicente Barreiro, psicóloga formada em terapia familiar sistêmica. Os especialistas listaram 7 atitudes dos pais que podem contribuir para criar filhos sem limites e o que fazer no lugar. Confira!


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1. Querer ser amigo dos filhos

É muito importante se dar bem com seu filho, ter uma relação de afeto e confiança. Mas, se os pais assumem um papel de amigo, deixando as regras e a autoridade de lado, podem acabar criando um ambiente confuso para a criança. Ao não saber claramente quem está no comando, o filho pode ter dificuldade em entender até onde pode ir, o que é esperado dele e quais são as consequências de seus atos. Pais que querem ser apenas “legais” correm o risco de deixar de cumprir uma função essencial: a de guiar e ensinar.

✔️O que fazer no lugar: buscar uma relação de afeto com autoridade, ou seja, uma combinação equilibrada entre acolhimento e firmeza. Isso significa ouvir, acolher sentimentos, brincar e estar presente — mas também estabelecer regras claras, manter limites consistentes e dizer “não” quando necessário.


 

2. Fazer tudo pela criança

Nenhum pai gosta de ver o filho enfrentando uma situação desafiadora. Mas, resolver todos os desafios da criança, como intervir em conflitos ou fazer suas tarefas, impede o desenvolvimento de autonomia e resiliência, levando-a a acreditar que não precisa respeitar limites externos.

✔️O que fazer no lugar: encorajar a criança a resolver problemas sozinha, com orientação. Perguntas como “o que você pode fazer para resolver isso?” estimulam a autonomia e a capacidade de considerar perspectivas alheias, fortalecendo a empatia.

 

3. Falta de consequências proporcionais

Não aplicar consequências lógicas a comportamentos inadequados, como ignorar desrespeito, ensina às crianças que ações não têm impacto. Isso pode resultar em uma visão distorcida de responsabilidade.

✔️O que fazer no lugar: estabeleça consequências claras, imediatas e proporcionais ao comportamento da criança. Se ela desrespeitou uma regra, por exemplo, é importante que sinta os efeitos dessa escolha de forma coerente — sem exagero, mas com firmeza. O objetivo não é punir, mas ensinar que toda ação tem uma reação.

 

4. Falta de regulação emocional

Pais que não demonstram controle sobre suas emoções — como gritar ou agir impulsivamente — não oferecem um exemplo saudável para as crianças seguirem. Isso dificulta que o filho aprenda a gerenciar sentimentos e aceitar limite.

✔️O que fazer no lugar: nem sempre é fácil conter os sentimentos. Mas, na frente das crianças, procure demonstrar como resolver conflitos com calma ou nomear emoções — como dizer “estou chateado, mas vou respirar fundo e conversar”. Isso ajuda o filho a internalizar a habilidade de gerenciar sentimentos, essencial para o equilíbrio emocional.

 

5. Não saber dizer 'não'

Ninguém gosta de dizer "não" para os filhos. Mas, ceder a todas as vontades da criança, muitas vezes para evitar conflitos, reforça a ideia de que ela pode obter tudo sem esforço ou consideração pelos outros. Isso pode levar a atitudes egoístas e dificuldade em lidar com frustrações.

✔️O que fazer no lugar: ao invés de ceder por medo de frustrar ou desagradar, mantenha-se firme com carinho. Explique o motivo por que disse "não" de forma simples e acolha a frustração do seu filho, mas sem voltar atrás.


 

6. Ausência de regras claras ou consistência

Quando os pais não estabelecem limites definidos ou os alteram com frequência, as crianças ficam confusas sobre as expectativas. Por exemplo, permitir algo hoje e punir amanhã gera insegurança, incentivando comportamentos impulsivos.

✔️O que fazer no lugar: estabelecer limites claros com explicações acessíveis. Por exemplo, ao definir que a criança deve arrumar os brinquedos antes de brincar novamente, os pais podem explicar que isso contribui para a organização da casa, ajudando-a a entender o impacto de suas ações nos outros. Essa prática ensina a criança a cumprir tarefas necessárias, mesmo que inicialmente indesejadas, cultivando responsabilidade e empatia.

 

7. Falta de afeto e escuta

Não construir intimidade na relação entre pais e filhos — sem vínculos afetivos fortalecidos — enfraquece a base da confiança. Essa falta de diálogo faz com que a criança se sinta sozinha, não ouvida e menos propensa a compartilhar o que sente ou pensa. Com o tempo, ela pode desenvolver dificuldades emocionais, baixa autoestima e até comportamentos agressivos ou retraídos, por não saber lidar com as próprias emoções nem confiar nos adultos ao seu redor.

✔️O que fazer no lugar: criar momentos de diálogo, onde a criança se sinta ouvida sem julgamento, fortalece a conexão emocional, ensinando-a que seus sentimentos e os dos outros merecem respeito. Isso cria um ambiente onde a criança desenvolve empatia e equilíbrio emocional, preparados para enfrentar desafios com maturidade.

 

 

 
 
 

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